A polícia francesa já sabe a identidade do homem que matou um policial e feriu outros dois, nesta quinta-feira (20), num atentado em Paris.
O assassino da Champs-Élysées demonstrou uma rara violência contra policiais. O homem, identificado como Karim Cheurfi, passou perto de 14 dos seus 39 anos na cadeia. O francês foi condenado por atos de violência e tentativa de homicídio, inclusive contra um policial.
A prisão não curou seu ódio. Ele chegou a ser preso de novo em fevereiro, suspeito de tentar matar policiais. Mas acabou solto no dia seguinte por falta de provas.
O procurador de Paris conta que ele não mostrou sinal de radicalização durante a pena.
O atirador parou perto de uma van da polícia, estacionada na avenida, um dos maiores símbolos da cidade, perto de outros pontos turísticos. Ele abriu fogo com um fuzil AK-47 e matou o policial de 37 anos que estava ao volante. Os outros dois agentes e um turista alemão foram feridos, mas não correm risco de vida. Ele fugiu a pé e, na troca de tiros, foi rapidamente derrubado e morto.
Os investigadores encontraram um papel escrito a mão onde Cheurfi defendia o Estado Islâmico. No porta-malas do carro dele também tinha outras armas, faca e uma máscara do filme “Pânico”. Mas, como mostra a reabertura da Champs-Élysées, a Franca não se amendrontou.
Pelo menos três parentes do atirador foram detidos em operações. Antes mesmo da confirmação oficial, o grupo Estado Islâmico divulgou na internet que Cheurfi era ligado aos terroristas, mas com um nome diferente – Abu Yousif, conhecido como “O Belga”.
Karim Cheurfi chegou a aparecer num arquivo que monitora 16 mil pessoas com probabilidade de radicalização. Só que ele não aparecia na famosa ficha S: com as pessoas consideradas “um risco grave para o Estado”.
O atentado mexe com uma França já à flor da pele. Desde janeiro de 2015, quase 240 morreram em ataques. O de quinta-feira aconteceu a apenas três dias do primeiro turno da eleição presidencial – a mais indefinida em anos. Quando os tiros foram disparados no coração da cidade, os 11 candidatos à Presidência participavam do último debate. Inicialmente as reações foram de prestar solidariedade ao policial morto.
Xavier Jugelé também trabalhou naquela noite de terror em novembro de 2015 na casa de showsBataclan, mas nesta sexta (21) as reações foram mais contundentes.
A extrema-direita prometeu expulsar os estrangeiros das listas de vigilância de inteligência. Marine Le Pen falou que vai resolver o problema da segurança nacional. A candidata subiu levemente na primeira pesquisa depois do ataque. Mas o primeiro lugar ainda é o candidato de centro. Emmanuel Macron chamou a rival de demagoga e disse que não há soluções simples para enfrentar o problema.