O comércio baiano segue sofrendo com a recessão econômica do país. Em janeiro, as vendas no setor caíram 10,4% em relação a igual mês do ano passado. Na comparação com dezembro de 2016, os dados do IBGE mostram estabilidade, após terem recuado 3,5% de novembro para dezembro do ano passado – na série livre de influências sazonais.
Com o resultado negativo de janeiro de 2017, o varejo baiano completa o segundo ano consecutivo de quedas na vendas, que vêm sendo registradas desde janeiro de 2015 (-3,7%). Nessa mesma comparação, a queda no varejo baiano foi mais intensa que a média nacional (-7%) e acompanhou o movimento de recuo verificado em 24 das 27 unidades da federação, com destaque em termos de magnitude da taxa, para o Distrito Federal (-20,9%).
Com os resultados de janeiro, na Bahia, o acumulado em 12 meses para as vendas do varejo mostram uma queda de 11,8%, com leve desaceleração em relação ao recuo de 12,1% verificado nos 12 meses encerrados em dezembro do ano passado.
Ainda assim, variação negativa é o dobro da média nacional (-5,9%) e se manteve como a quarta maior entre os estados, acima apenas de Rondônia (-12,4%), Pará (-13,8%) e Amapá (-16,7%).
Para o comércio ampliado – que engloba o varejo e as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção – houve queda de 8,2% na Bahia, frente a janeiro/16, recuo maior que o registrado em dezembro (-6,8%) e praticamente duas vezes a queda nacional (-4,8%).
Supermercados
Em relação ao mesmo mês do ano passado, considerando as 10 atividades do varejo e varejo ampliado, em janeiro, na Bahia, apenas móveis e eletrodomésticos apresentaram resultado positivo (4,6%), influenciado pelo desempenho dos eletrodomésticos (18%), uma vez que os móveis tiveram recuo de 40,6%. Esse crescimento da atividade veio após 25 meses seguidos de queda (desde dezembro de 2014).
Em relação a janeiro de 2016, os setores do varejo baiano com maiores quedas nas vendas foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-25,7%, o maior recuo para essa atividade dentre os estados onde ela é pesquisada); livros, jornais, revistas e papelaria (-21,6%); e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,5%).
Entretanto, devido ao seu peso na estrutura do comércio, o maior impacto no recuo médio das vendas na Bahia veio de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-16,2%). Foi o segundo pior resultado para a série histórica dessa atividade na Bahia, acima apenas do registrado em março de 2003 (-17,2%). Nos 12 meses encerrados em janeiro/17, nenhuma das 10 atividades pesquisadas pelo IBGE teve desempenho positivo.