O quarto dia de julgamento de Elize Matsunaga foi marcado pelos depoimentos da tia e da empregada da ré, além do pedido de anulação, feito pela defesa.
Neuza Gouveia da Silva, funcionária do casal Matsunaga, foi a terceira e última a depor nesta quinta–feira (1°). Ela começou a trabalhar para a família uma semana antes do crime. Relatou que o casal tinha discussões quase que diárias e afirmou ter presenciado Marcos chamar o pai de Elize de “vagabundo”.
Neuza chegou a dizer, em um primeiro momento, que viu Marcos dar um murro na mesa quando brigava com Elize. Depois, questionada pelos jurados, afirmou que ouviu, mas não viu.
A funcionária confessou ter encontrado duas armas no quarto casal, e afirmou que limpou o cômodo onde Elize esquartejou o empresário, mas não notou nada diferente.
Algumas contradições nas declarações da empregada fizeram com que a acusação pedisse para que Neuza não fosse liberada. Após o depoimento dela, o promotor José Consenzo disse que pode acusá-la de falso testemunho.
“Nós vamos verificar o depoimento dela, a possibilidade de um eventual falso testemunho, porque ela trouxe uma série de situações que não existia. Ao nosso ver ela modificou o rumo das coisas em alguns pontos.”
Homem “bom”
No início da tarde, Roseli Araújo, tia de Elize Matsunaga, disse que a sobrinha nunca relatou ter sido agredida pelo marido, e não chegou a presenciar brigas entre o casal. Ela também afirmou que o empresário parecia ser “bom”. Roseli foi a primeira testemunha de defesa a ser ouvida e a segunda a falar no quarto dia de julgamento. Elize chorou durante todo o depoimento.
Ao final do dia, o juiz permitiu que Roseli abraçasse a sobrinha. Elas conversaram por cerca de dez minutos em um corredor do Fórum.
Roseli ficou no apartamento da sobrinha quando a polícia investigava o sumiço de Marcos e permaneceu no imóvel após a prisão de Elize para cuidar da filha do casal.