Brasil e Argentina se enfrentam nesta quinta-feira, às 21h45 (horário de Brasília), no Mineirão, em condições bem diferentes na tabela de classificação para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Enquanto os brasileiros lideram as Eliminatórias da América do Sul, a Argentina amarga a sexta colocação e vê a pressão de ficar fora do próximo Mundial aumentar. Para Bob Faria, o ponto-chave da subida no desempenho da Seleção após a mudança no comando técnico foi muito mais psicológico do que tático ou técnico (assista ao vídeo).
– É preciso ter muito cuidado com o excesso de confiança. Às vezes, isso leva a fazer as coisas de maneira muito relaxado e a gente sabe o que isso pode custar no esporte de alto rendimento. O que digo é que a principal virada que a seleção sofreu com essa mudança de filosofia foi a virada de carisma. Recuperou o carisma e, assim, tirou um peso enorme das costas dos jogadores. A gente via uma seleção brasileira pesada e uma pressão enorme que, talvez, não fosse bom para os jogadores. Não tivemos grandes modificações no perfil dos jogadores, mas teve na reconexão criada entre comissão técnica, jogadores e a torcida. Deixou de ser um peso jogar na seleção brasileira – afirmou Bob Faria.
O comentarista do SporTV acredita que a “virada de humor” da Seleção após a chegada de Tite fez com que a torcida brasileira abraçasse novamente a equipe pentacampeã mundial, mesmo após os seguidos fracassos na Copa de 2014 e na Copa América. Como resultado, a melhora do desempenho de jogadores que, antes, não conseguiam desenvolver bom futebol com a camisa verde e amarela.
– A classificação, nesse momento, é retrato da grande “virada de humor” que a seleção teve. Isso fica evidente dentro de campo, na forma como os jogadores vêm se apresentando, a partir da nova proposta da comissão técnica, e no humor que vem de fora para dentro da seleção brasileira. Vem das arquibancadas também, da percepção do público, que reflete nessa posição confortável na tabela. O clima mais leve dos jogadores com a camisa da seleção tornou o time mais competitivo e integrado com aquilo que o torcedor quer ver – disse Bob Faria.
De acordo com Carlos Eduardo Lino, o clássico contra a Argentina será importante para que o trabalho de Tite possa ser avaliado de maneira mais concreta. Segundo o comentarista, apesar das vitórias nos últimos quatro jogos, são em “partidas grandes” que é possível balizar o nível em que está a seleção brasileira.
– Um jogo como esse pode erguer ou derrubar qualquer um. O trabalho do Tite não vai merecer qualquer tipo de grande reparo em caso de derrota para a Argentina, mas colocará ao redor do Tite um problema que ele não tinha. Um problema de balizamento. A gente quer ver em que nível está a seleção brasileira e começa a ver isso diante dos confrontos que ela tem. A Argentina é o primeiro grande adversário do Tite. E nesses jogos você precisa não só de organização, mas também no talento e no mental – concluiu Lino.
O Brasil enfrenta a Argentina às 21h45 (horário de Brasília), no Mineirão, e o SporTV transmite a partida com narração de Luiz Carlos Jr., comentários de Maurício Noriega e Muricy Ramalho, além das reportagens de Eudes Junior e André Hernan.