O jornal britânico The Guardian publicou, nesta segunda-feira, um alerta para provável manipulação de resultados no boxe dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A reportagem deu voz a testemunhas anônimas para denunciar um suposto esquema de corrupção e compra de árbitros e juízes da modalidade.
Um cartola ligado a uma federação de boxe afirmou ao jornal ter certeza de que alguns juízes e árbitros da Rio 2016 “serão corrompidos”. De acordo com tal testemunha, os árbitros tem como prática se reunir antes das principais competições da modalidade para combinar resultados antes mesmo da realização das lutas.
Ao The Guardian, Rubel Obreja, ex-vice-presidente da Associação Internacional de Boxe (AIBA), admitiu ter havido manipulação no sorteio dos árbitros nos Jogos de Pequim, em 2008. Historicamente, o boxe olímpico acumula denúncias e suspeitas de corrupção em seus resultados.
O caso mais emblemático aconteceu em 1988, nos Jogos de Seul. Park Si-hun, lutador sul-coreano e favorito da casa, venceu o americano Roy Jones Jr. em luta marcada por ataque de dirigentes do país-sede ao árbitro neozelandês Keith Walker, provocando um tumulto.
Uma outra fonte com alto cargo ligado ao boxe mundial garantiu que, desde os Jogos de Londres, em 2012, os métodos de manipulação de resultados estão sendo aprimorados. A intenção dos corruptos é dar cada vez menos pistas das fraudes acordadas nos bastidores.
A AIBA, por sua vez, minimizou alerta do The Guardian para possíveis casos de corrupção. A entidade que comanda a modalidade afirmou ter a missão de garantir a organização de competições justas e transparentes. O órgão ainda enalteceu seus “mais de 300 juízes filiados nos mais altos níveis”.
Expectativa de medalha
Enquanto a AIBA sofre com as acusações de corrupção, o boxe brasileiro vive expectativa de conquistar medalhas olímpicas nos Jogos do Rio. A equipe do Brasil tem chances reais de subir ao pódio. Robson Conceição, campeão continental no ano passado, é o principal nome do time verde-amarelo.