Perder é quase sempre uma frustração. Foi o que achou Clementino do Nascimento Azevedo, de 62 anos, quando recebeu a notícia que teria que amputar a perna direita. No entanto, a perda não mudou a vontade de viver do morador de Bragança Paulista(SP).
Ele usou a criatividade e construiu uma prótese com canos de PVC para que pudesse voltar a andar. “A vida me ensinou que existem situações mais difíceis, aprendi que a situação em que eu estou não é nada. E a falta da perna não é obstáculo”, afirmou.
Diante da espera pelo poder público, dois anos depois da cirurgia de amputação ele decidiu usar as mãos habilidosas de padeiro para a ‘engenharia’. “Eu precisava fazer alguma coisa. Queria me apoiar e dar alguns passos sem ser tão dependente do andador, foi quando minha esposa teve a ideia [da prótese caseira]”, disse.
A prótese foi construída com cinco peças de cano montadas, que oferecem o suporte para a coxa, a articulação para os joelhos, tornozelos e o apoio do pé.
O produto é de baixo custo e aproximou o sonho de retomar os passos. No auge da terceira idade, ele não vê limitações. Clementino tem a oficina completa: monta, inspeciona e é ele mesmo quem oferece o selo de qualidade. “Faço e vou testando como é o andar”, disse.
O avô envolveu os quatro netos na construção da prótese, que se tornou atividade de família. São eles que trazem novas ideias, sua linha de criação. “Eu não sou da internet, então tem que ter a ajuda de alguém”, conta.
Apesar de oferecer o apoio, a perna ainda precisa de ajustes. Os netos vão auxiliar nas adaptações que ainda faltam. A previsão de Clementino é de que a prótese fique completamente pronta até a próxima sexta-feira (29)