Uma idosa que havia sido hospitalizada após ter inalado a fumaça gerada no incêndio em contêineres de um terminal em Guarujá, na última quinta-feira (14), morreu nesta segunda-feira (18).
Leia Magalhães de Maria era moradora do Pae Cará, no distrito de Vicente de Carvalho. Segundo apurou a Reportagem, no dia do incêndio, a idosa, que organizava excursões, havia vindo a Santos para realizar exames que antecederiam uma cirurgia de catarata. Conforme um de seus filhos, Edmilson Magalhães, que também reside em Guarujá, assim que Leia retornou a Vicente de Carvalho, encontrou sua residência tomada por uma densa fumaça.
Durante a madrugada de sexta-feira, ainda conforme o rapaz, a mãe teria passado mal e vomitado ao menos três vezes, acionando o filho no início do dia. Acompanhada dele, deu entrada em um hospital no Município, mas acabou sendo liberada.
Ainda conforme Magalhães, apesar da idosa sofrer de hérnia de hiato, no hospital a médica que havia lhe atendido descartou a relação do quadro com a doença, mas informou que, possivelmente, poderia estar relacionado à inalação da fumaça tóxica.
Apesar de ter sido liberada, devido a uma piora em seu quadro, a idosa voltou a ser hospitalizada, dessa vez, em uma unidade hospitalar em Jundiaí, onde residem outros dois filhos de Leia.
O corpo da idosa foi velado e sepultado na manhã desta terça-feira (19), no Cemitério Municipal de Vicente de Carvalho.
Resposta
Em nota, a Prefeitura de Jundiaí informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do município foi acionado na segunda-feira (18) para o atendimento de Leia Magalhães de Maria. Ela tinha queixa de vômito persistente há quatro dias e mal súbito, apresentava quadro instável e foi encaminhada para o Hospital Pitangueiras (Sobam), instituição particular, onde morreu.
Ainda conforme a Administração Municipal daquela cidade, laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) declarado no atestado de óbito, informa que a causa da morte foi insuficiência respiratória, pneumonite química e inalação de fuligem e gases tóxicos.
Procurada para comentar o assunto, a prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito lamentou o episódio e informou que, por enquanto, não é possível confirmar que esse óbito esteja relacionado ao incêndio. Ainda segundo ela, a Administração Municipal apura em que situação ocorreu esta morte, uma vez que a paciente não foi atendida por nenhuma unidade hospitalar pública no Município.
Em nota, a Administração Municipal informa que todos os esforços possíveis estão sendo feitos para apurar as causas e consequências do incêndio, que durou 51 horas.Neste período, a Prefeitura acionou o Gabinete de Gestão de Crise com agilidade, para garantir a integridade física da população e o controle da situação com os agentes de segurança.
Pelo menos 258 pessoas em Santos, Guarujá e Cubatão passaram por unidades médicas por conta do incêndio e vazamento de produto químico da empresa Localfrio, na Margem Esquerda do Porto de Santos. A maior parte dos atendimentos, 175, ocorreu em Guarujá. Outros 61, em Santos e 22, em Cubatão. Em Santos, uma idosa de 72 anos, que sofria de asma, precisou ser internada após inalar a fumaça tóxica.