A Defesa Civil de São Luiz do Paraitinga informou que o nível do Rio Paraitinga começou a baixar a partir da madrugada deste domingo (17). A cheia do rio, provocada pelas fortes chuvas que atingem o Vale do Paraíba, obrigou 150 pessoas a saírem de suas casas.
De acordo com a Defesa Civil, o nível do Rio Paraitinga chegou a quase cinco metros acima do normal e alagou diversas ruas e cerca de 54 casas. Acima de 3,75 metros já é considerado acima do normal pela Defesa Civil.
Dentre as 150 pessoas que tiveram que sair de suas casas, 10 delas estão em um alojamento da prefeitura e as demais foram para imóveis de parentes.
A Defesa Civil informou que o índice normal para chuvas em São Luiz do Paraitinga é de 180 milímetros de chuva. Em 15 dias, foram registrados 105 milímetros de chuva.
Chuvas
Choveu na primeira quinzena de janeiro o volume esperado para todo o mês no Vale do Paraíba. A informação é do do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cpetc/Inpe), com base na média histórica de chuva feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com o Cptec/ Inpe, a média de chuva registrada para a região central do Vale do Paraíba varia entre 200 e 250 milímetros e entre 250 e 300 milímetros para as áreas do Vale Histórico e litoral norte.
Segundo o Cptec/Inpe, até sábado choveu uma média de 228 milímetros nas áreas centrais do Vale do Paraíba. Só em Cachoeira Paulista, nos 15 primeiros dias do mês choveu 380 milímetros, 26,6% a mais do que a média histórica do acumulado para o mês na cidade. O município faz parte do grupo que tem os 300 milímetros como máximo da média histórica de chuvas em janeiro.
Um exemplo das alterações que não podem ser previstas é o caso de São Luiz do Paraitinga. Segundo o Inmet, a média histórica de chuvas para janeiro é de 233,9 milímetros e de acordo com a Defesa Civil da cidade, até este sábado choveu 105 milímetros na cidade, sendo 64 milímetros concentrados nos últimos três dias.
Estragos
Em Cachoeira Paulista, 120 pessoas de um condomínio tiveram de sair de seus apartamentos após parte do estacionamento de um prédio no Jardim da Fonte ceder. Além deles, a Defesa Civil da cidade estima que outras 50 famílias tenham deixado suas casas por problemas relacionados à chuva.
Os principais bairros afetados são Margem Esquerda, Vila Carmen, Embauzinho e Piteu, onde três casas desmoronaram. Ao menos 19 vias estão intransitáveis na cidade, que está sem água por causa da chuva neste sábado.
Já em Lorena, o acumulado de chuva em janeiro na cidade era de 403,2 milímetros até este sábado, índice 54% maior do que o previsto para todo o mês, que era de 261 milímetros. Várias ruas foram alagadas e, segundo a prefeitura, cinco famílias tiveram que sair de suas casas.
Além disso, devido a problemas estruturais na ponte da USP, a BR-459, que liga a cidade ao sul de Minas, foi interditada no início da tarde deste sábado, na altura da rotatória do bairro Parque Rodovias.
Em Canas, até a última atualização da Defesa Civil, três famílias estavam fora de suas casas por causa da chuva. Na quinta-feira, o número era de oito famílias.