Em um ato raro dentro da Fifa, a entidade anunciou sanções contra federações das Américas do Sul e do Norte por causa de cantos homofóbicos de seus torcedores durante partidas das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Argentina, Chile, México, Peru, e Uruguai foram punidos com multas que variam entre 20 mil francos suíços e 70 mil francos suíços (aproximadamente entre R$ 79 mil e R$ 276 mil). E Honduras está tendo o seu caso avaliado pela entidade.
Apesar do valor relativamente baixo da punição, a atitude da Fifa é um sinal de que a entidade optou por considerar os cânticos como “ofensas discriminatórias”. Durante a Copa de 2014 no Brasil, Organizações Não-Governamentais se queixaram de que a Fifa fez vistas grossas ao problema, enquanto a entidade insistia que o tom dos gritos dos torcedores era “cultural” e não significava que eram homofóbicos.
Dentro e fora de campo, a questão da homossexualidade no futebol foi sempre um tabu.De acordo com a Fifa, os cânticos homofóbicos proferidos pelos torcedores “constituem uma violação ao artigo 67 do Código Disciplinar da Fifa”. E o Chile recebeu a pena mais pesada, de 70 mil francos suíços, em razão de quatro casos. Já Argentina, México, Peru e Uruguai, foram multados no mesmo valor, de 20 mil francos suíços, por incidentes em uma único incidente.
Agora, o Comitê Disciplinar da Fifa passou a considerar a atitude como “conduta antidesportiva” por parte dos torcedores. “Em todos os casos, trata-se de cantos homofóbicos que entoaram os torcedores”, indicou a Fifa em um comunicado. A entidade também anunciou que passou a operar um “sistema de vigilância” nos jogos para detectar atos discriminatórios e racistas.
Durante a Copa de 2014 no Brasil, ativistas alertam que a Fifa optou por não sancionar as seleções por conta do comportamento dos torcedores, ainda que casos de mensagens nazistas, racistas e contra homossexuais tenham sido encontrados nos estádios. Agora, porém, a entidade parece adotar postura diferente.