A Polícia Civil investiga ataques a quatro ônibus na noite da última terça-feira, na zona leste de São José, que teriam ocorrido em retaliação à morte do mecânico Wellington Junio Landin Cassal, 19 anos.
Ele foi morto na tarde de terça-feira por policiais militares após perseguição no Jardim Mariana 1.
Segundo a PM, o jovem estava no banco do carona de um carro que desobedeceu uma ordem de parada. O mecânico teria atirado nos policiais enquanto o motorista do veículo fugia.
Cassal levou um tiro no peito e outro na altura do pescoço, segundo familiares que viram o corpo do rapaz e que contestam a versão da PM (leia texto nesta página).
Após a morte, um dos ônibus foi incendiado em uma rua do bairro Serrote, em frente à obra do residencial Cajuru 3, enquanto os outros três, que estavam na Eco (Estação de Conexão) do Campos de São José, foram depredados.
Segundo a Polícia Militar, os infratores planejavam atear fogo nos outros veículos, mas desistiram após a chegada de policiais. O combate ao incêndio foi feito por bombeiros na base leste. Ninguém ficou ferido.
Das 22h à meia-noite de anteontem, o atendimento por ônibus nos bairros da zona leste ficou suspenso por orientação da Polícia Militar, mas desde ontem já opera normalmente, com acompanhamento da Secretaria de Transportes, da PM e da Guarda Civil Municipal
Motorista. De acordo com o depoimento do motorista de um dos veículos atacados, os infratores alegaram que as ações seriam uma retaliação à morte de Cassal, chamada de “execução” por amigos do mecânico.
“Ele era uma boa pessoa e não acreditamos que tenha atirado. Foi uma execução”, disse um deles, que pediu para não ser identificado.
A Prefeitura de São José informou que as imagens de câmeras de vigilância da região dos ataques estão à disposição da polícia.
A investigação está a cargo do 6º DP (Distrito Policial), que não quis informar detalhes sobre o caso.
A empresa de transportes Maringá, proprietária dos ônibus atingidos, também não quis se posicionar a respeito do atentado.
Morte. Estopim dos ataques, a morte do mecânico também será investigada pela Polícia Civil, que registrou o caso como “morte em decorrência de intervenção policial”. A conduta da PM será avaliada.
A corporação sustenta que Cassal foi atingido por um tiro no peito enquanto trocava tiros com os policiais militares.
Ele estaria no banco de carona do carro que não parou depois de uma ordem dos policiais. Após perseguição, o motorista teria perdido o controle e batido o veículo.
Enquanto o motorista fugia, ainda segundo a PM, Cassal teria descido do carro e atirado na direção dos policiais. Um dos agentes revidou e atingiu o mecânico.
A PM informou que ele levou um tiro no peito. Os familiares disseram que havia uma segunda marca de bala, na altura do pescoço.
O corpo de Cassal foi enterrado na manhã de ontem, no cemitério municipal Colônia Paraíso, no Morumbi, na zona sul de São José.
Ele deixa pai, mãe e oito irmãos. O mecânico acabara de pedir demissão de uma oficina e ajudava o pai funileiro.