Um levantamento do Núcleo de Pesquisas Econômico Sociais (Nupes) apontou que o preço da carne aumentou pelo segundo mês consecutivo na região, sendo responsável pelo índice de até 13,46% na alta do produto. O aumento do preço está ligado diretamente à crise hídrica provocada pela estiagem longa.
Os clientes já têm sentido no bolso a diferença. Em um açougue em Taubaté, as vendas caíram em 15%. “Hoje quando as pessoas ficam sabendo do valor da carne, na maioria das vezes, elas vão optar pelo frango, que é mais barato. A carne vermelha teve alta de 10 a 15% do preço anterior à estiagem”, explica o proprietário de açougue, Luiz Antônio Chaves.
Entre os produtores que têm criação de gado, a solução deve ser a retenção dos animais para os frigoríficos, já que, quanto mais magro, menor será o valor pago. “Sem comida, o gado perde quilos e não ganha o suficiente na hora da venda, por isso é feito o processo de retenção. Assim ele ganha tempo para engordar e voltar a ter um bom valor no mercado”, explica o pecuarista Antônio Torquatto.
A expectativa para voltar a ter lucro com o gado, e voltar a pagar menos para os consumidores, é que volte a chover. “Esse ano foi a maior seca em pelo menos 50 anos. Estamos esperando a chuva para que os gados possam voltar a comer corretamente”, disse o pecuarista.