O doleiro Alberto Youssef prestou o primeiro depoimento ao Ministério Público Federal ontem, após acertar um acordo de delação premiada.Ele foi retirado de sua cela na custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR), que fica na periferia da cidade, e levado ao prédio onde está a força-tarefa da Operação Lava Jato, na região central.
O teor do depoimento está sendo mantido em sigilo para preservar o doleiro de pressões dos suspeitos e evitar a destruição de provas.
O jornal Folha de S.Paulo revelou ontem que o doleiro decidira fazer um acordo de delação, segundo o qual contará o que sabe sobre Petrobras e pagamento de suborno a políticos em troca de uma redução de pena.
Investigadores que acompanharam a negociação relataram à reportagem que ele não será colocado em liberdade imediatamente, como acontece em outros casos de delação. Terá de cumprir uma pena mínima de três anos em regime fechado.
Youssef é acusado de comandar um esquema que seria responsável pela lavagem de R$ 10 bilhões, com ramificações em estatais como a Petrobras e partidos como o PP, PT e PMDB.
Ele decidiu fazer o acordo por pressão da família e depois que outros quatro réus da Operação Lava Jato optaram por colaborar com a Justiça, entre os quais Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras entre 2004 e 2012.