A reunião de líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU, a partir das 10h (de Brasília) nesta quarta-feira (24), em Nova York, tem como tema a luta contra a pobreza e a fome, e a melhoria na vida de todas pessoas através do crescimento econômico. Mas a urgência dos conflitos internacionais, em especial a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo radical jihadista Estado Islâmico que atua na Síria e no Iraque, além da crise do ebola na África, devem dar o tom dos discursos de mais de 140 chefes de Estado e de governo.
Debates sobre os conflitos internacionais como a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque e o alerta pela expansão do ebola na África Ocidental, são esperados na reunião dos líderes mundiais.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já avisou que aproveitará a Assembleia Geral para fazer um apelo mundial de ampliação da coalizão internacional contra o Estado Islâmico.
De acordo com Obama, mais de 40 países apresentaram propostas de participação em uma “ampla campanha” contra os jihadistas, com missões aéreas de combate, treinamento, equipamento e ajuda humanitária. “Nas Nações Unidas, continuarei unindo o mundo contra esta ameaça”, afirmou Obama.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vai abrir a assembleia. Ele disse nesta terça-feira (23) que o mundo está enfrentando múltiplas crises e que a resposta para esses conflitos gerou fortes divisões na comunidade internacional. Por isso, antecipou que pedirá aos líderes mundiais respeito aos princípios da Carta da ONU.
Em seguida será a vez da presidente do Brasil, Dilma Rousseff. O Brasil abre o debate, como ocorre tradicionalmente desde a Assembleia Geral de 1995. Há expectativa de que a presidente apresente à ONU o que o Brasil fez nos últimos anos para erradicar a fome. Além disso, a presidente pode reforçar a defesa pela segurança na internet e enaltecer a criação do Banco de Desenvolvimento do Brics – agrupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A estagnação da economia mundial preocupa, pois acrescenta incerteza, assim como muitos outros conflitos nacionais com projeção internacional.
O presidente da 69ª Assembleia, eleito em junho deste ano, é Sam Kahamba Kutesa, ministro dos Negócios Estrangeiros de Uganda. Kutesa definiu que o tema desta sessão será “Concretizar e implementar uma agenda transformativa para o desenvolvimento pós-2015”.
Os países emergentes, entre eles os latino-americanos, insistirão na reforma da ONU e, concretamente, do Conselho de Segurança, para distribuir melhor as parcelas de poder, ainda nas mãos dos mesmos cinco países desde o final da Segunda Guerra Mundial: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China.
Segundo a agência Efe, não comparecerão à ONU os presidentes de Rússia, China e Índia, nem a chanceler alemã, Angela Merkel.
O presidente da Autoridade Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, falará na ONU na próxima sexta-feira (26) para pedir apoio para sua iniciativa de estabelecer uma data fixa para a retirada israelense da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, no prazo máximo de três anos.
A resposta de Israel poderá acontecer na mesma tribuna na próxima segunda-feira, durante a intervenção do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.
Em paralelo aos discursos no plenário da ONU, que se prolongarão até a terça-feira (30), acontecerão outras reuniões para tratar de temas específicos, além de centenas de encontros bilaterais entre os chefes de Estado e de governo.
Em frente ao edifício da ONU, no centro de Manhattan, são esperados vários protestos durante toda a semana contra alguns líderes participantes, mas que eles não poderão ver, nem ouvir, devido às enormes medidas de segurança que cercam a sede da organização internacional, protegida por cercas metálicas nas ruas adjacentes e centenas de policiais.