Namorado é indiciado por morte de jovem em Campos do Jordão, SP

A Polícia Civil concluiu na última semana o inquérito sobre o caso da jovem Raíssa Evelyn Cardoso da Costa, de 20 anos, que está desaparecida desde fevereiro em Campos do Jordão. O namorado da jovem, 21 anos, foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele permanece preso, mas nega envolvimento no sumiço. Para a polícia, ela morreu – o corpo é procurado.

A jovem sumiu depois de um encontro com o namorado. Durante os cinco meses de investigação, os policiais descobriram que a jovem estava grávida e que o suspeito queria que a namorada abortasse.

Em seu primeiro depoimento à polícia, o namorado disse que havia buscado Raíssa em um posto de gasolina da cidade e que depois de algumas horas a teria deixado no mesmo local. As imagens das câmeras de segurança do local, no entanto, não confirmaram a versão.

Segundo testemunhas, Raíssa teria contado para amigas que ia se encontrar com o namorado para terminar o relacionamento e que teria a criança. À polícia ele confirmou que comprou um medicamento para que ela que abortasse – a jovem se recusou.

“Além das imagens, nós pedimos a quebra do sigilo telefônico dele que mostrou a contradição. O sinal do aparelho mostrava que ele estava em outro local [não no posto de gasolina] no horário e então começamos a desconfiar do que ele dizia”, explicou o delegado Luiz Geraldo, responsável pelo caso.

Hematomas
Além disso, segundo a polícia, o suspeito tinha hematomas no rosto e arranhões. Ao ser questionado, ele disse havia sido vítima de uma tentativa de assalto. Depois da prisão preventiva, em maio, ele contou que os ferimentos foram em uma briga depois que dois homens sequestraram a jovem desaparecida.

“Nós acreditamos que ele tenha matado a jovem por causa da gravidez e que ocultou o corpo. Que as marcas de lesão que ele tinham podem ser de uma luta corporal entre os dois. Ele deu várias versões, histórias desencontradas. Todas as pistas nos levaram a crer que a jovem foi morta por ele”, disse o delegado.

Corpo
Apesar da acusação de homicídio, a polícia não encontrou o corpo da jovem. Segundo testemunhas, os dois mantinham encontro em lugares ermos na zona rural da cidade. A polícia faz buscas nestas regiões.

Além dele, uma outra possível peça para o sumiço da jovem é um amigo do casal, de 28 anos, que chegou a ficar preso por 30 dias. De acordo com a quebra do sigilo telefônico, ele é o único com quem o namorado teria falado na madrugada do sumiço da jovem. Esse homem foi solto porque a polícia não conseguiu provas do seu envolvimento no crime.

Família
A família mobilizou as redes sociais em busca da jovem. Hoje, cerca de seis meses depois, eles já não têm mais esperança de que ela volte. Eles pedem agora informações sobre onde o corpo pode ter sido deixado.

“Nossa busca agora é pelo corpo da minha sobrinha que merece um enterro digno. Minha sobrinha e o filho, que nem chegamos a conhecer, não mereciam isso. Nós acreditamos que ele tirou a vida dela e queremos Justiça.”, disse Vardir Costa, tio de Raíssa.