Itamaraty ajuda família de rapaz de Caçapava

A família do economista Paulo Henrique Dias Junior, 34 anos, natural de Caçapava, aguarda ansiosa um telefonema do Consulado Brasileiro em Londres, prometido paras as 6h desta segunda-feira (horário de Brasília).
Os parentes esperam notícias do corpo e da causa da morte do brasileiro, que cursava doutorado na University of Essex, na cidade de Colchester, leste da Inglaterra, e foi achado morto na quinta-feira.
Jornais locais dão conta de que ele teria sido visto na quarta-feira, por volta das 23h (horário de Londres), no Stansted Airport, em “estado de confusão mental”. Ainda segundo o noticiário do condado, ele teria sido encaminhado para o Broomfield Hospital, de onde teria fugido às 2h do horário local. Um helicóptero teria sido mobilizado pela polícia inglesa para localizar o estudante brasileiro, que foi encontrado sem vida, a cerca de um quilômetro do hospital, perto da universidade onde estudava, seis horas depois.

Dúvidas. No entanto, uma prima de Dias Junior telefonou para o hospital, que nega que o estudante tenha dado entrada no centro médico. Luciméia Maria de Oliveira, a mãe, está inconsolável.
“Essas informações desencontradas estão acabando com a gente. Queremos uma satisfação. Meu filho falou comigo na terça-feira. Estava feliz, animado. Vi o semblante dele pelo computador: não havia nada de errado com meu filho”, afirma a mãe.
O pai, Paulo Henrique Dias, conta que chegou a ouvir do filho que ele estaria no melhor momento de sua vida.
“Estava radiante porque foi convidado para fazer outro curso e ficar mais um ano em Colchester. Disse com essas palavras: ‘é o melhor momento da minha vida’. Preciso entender o que aconteceu”. disse.

Cansaço. Há vários dias sem dormir, pela falta de notícias, o pai está revoltado. “Não acredito que deixei meu filho caminhar para a morte por causa de um diploma, de um pedaço de papel”, afirmou.

Reconhecimento. O doutorado que Dias Junior cursava era feito com intermédio da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), onde ele se pós-graduou e já lecionava. Segundo a instituição de ensino, o corpo de Dias Junior foi reconhecido pelo professor e orientador dele na Inglaterra que, por e-mail, pouco soube informar à família.

Mistério. A família fez contato com um amigo brasileiro de Dias Junior.
Este amigo disse que em Colchester o mistério é o mesmo. “Ele conta que lá os funerais têm procedimentos longos e que um corpo, mesmo de um cidadão de lá, pode levar até 15 dias para ser liberado”, diz uma prima, que não quis de identificar.