Desmatamento cai 20% no AM, mas Estado ainda é o 4º em derrubada de árvores

A taxa anual de desmatamento no Amazonas sofreu redução de 20%, caindo de 583 para 464 quilômetros quadrados, entre agosto de 2013 a julho de 2014. A informação foi divulgada nesta quinta (27), pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável e teve como base números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A mesma base de dados revela ainda que o Estado ocupa o 4° lugar no ranking das unidades federativas da Amazônia Legal que mais destruíram derrubaram árvores. A extensão de desmate representa aproximadamente 10% do total estimado para a devastação na Amazônia Legal durante o período assinalado (4.848 quilômetros quadrados).

Segundo o órgão, contudo, o Amazonas está revertendo a curva de crescimento do desmatamento nos últimos anos. Apesar das oscilações registradas, o nível de destruição das florestas permanece abaixo dos 500 quilômetros quadrados no Estado, de acordo com a análise do histórico das taxas.

Para a titular da SDS, Kamila Amaral, os números representam uma agenda ativa de prevenção e controle desenvolvidas pelo governo estadual, com ações estabelecidas pelo Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento do Amazonas (PPCD-AM).

“Nos últimos 11 anos, o desmatamento no Estado reduziu 70%. E, nos últimos cinco, houve uma redução significativa de 22%, em função das políticas ambientais integradas de prevenção e controle do desmatamento, e do incentivo às atividades produtivas sustentáveis, com foco na agricultura familiar, nas atividades extrativistas e no manejo da pesca”, avaliou.

Ela ressalta ainda a importância das parcerias com órgãos federais, estaduais, municipais e da sociedade civil, que agiram de forma estratégica na busca para promover o uso sustentável do solo e reduzir o desmatamento ilegal e queimadas no Estado.

Corte raso

Monitorado pelo Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES) computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso.

De acordo com os dados, a Amazônia Legal registrou um total de 4.848 quilômetros quadrados, demonstrando uma redução 18% em relação ao mesmo período de 2013 (5.891 quilômetros). O Pará teve o maior aumento registrado (1.829), seguido pelo  Mato Grosso (1.048).

Os dados consolidados da taxa anual de desmatamento serão divulgados em abril ou maio de 2015 pelo INPE, bem como as taxas de incremento por município e subunidades territoriais (unidades de conservação, terras indígenas e projetos de assentamentos).

O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento do Amazonas está na segunda fase, compreendendo o período de 2012 a 2015, que tem como meta geral a redução de desmatamento até 350 quilômetros quadrados.

Ele tem três diferentes estratégias. Uma se baseia no ordenamento territorial, considerando o zoneamento de determinadas áreas e diferentes subunidades territoriais, e a criação de unidades de conservação, como áreas importantes para a conservação dos recursos naturais; e outra ocorre a partir de atividades de controle e fiscalização nas áreas onde há maior pressão de desmatamento, visando à regularização ambiental das propriedades por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR).

A última fase tem como objetivo o fomento às atividades produtivas sustentáveis, que integram a conservação da floresta com a geração de renda de forma prática. Uma estratégia que envolve diretamente os órgãos de extensão rural e florestal com quem produz, ou seja, o “homem do campo”, principalmente os produtores rurais e extrativistas